sábado, 13 de junho de 2015

Para sempre


Sento-me enquanto observo tudo de passagem.

Será sossego,  miragem ou paisagem?
Tudo me atormenta,
Não passo de nada no meio de tudo
E de tudo no meio de nada
Parada.
Sento-me no desconforto do meu esforço
Penso que podia esforçar-me mais um pouco
Enquanto tiro a água do poço
Para não me deixar morrer de sede.
Mistérios assombram-me a cada curva
Deixando a minha integridade nua,
Enquanto o que desejo não chega
Parece que não há cura.
Penso, repenso e esqueço
E por muito que queira não desço
Da altura em que me deixaste.
Meteste-me lá mas não me tiraste.
Deixas os contrastes à flor da pele
Bates-me com flores e chamas-lhe mel...
Na tua magia dissipo-me calmamente
Contando as estrelas que perco no presente
Enquanto não as observo,
Limitando-me a olhar.
Mas já estou habituada aquilo que me consome
Não por falar já que ninguém ouve,
Idolatrando o que não te mata
Que pelos dedos me escapa
Porque não me sinto,
Perdida no labirinto
Que é esta encruzilhada
Uma vez fica, outra vez malha.
Todos os dias minto
Não aos outros mas a mim.
Enfim...
Pensando em não pensar,
Tentando flutuar,
Percebendo o que nos une.
E assim sento-me e penso
Que nada é para sempre
E que para sempre é nada.



Miragens deslavadas,
Ideias desprezadas,
Maiorias contadas,
Histórias inacabadas,

Ou nunca começadas.



Assim sou.



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