terça-feira, 19 de maio de 2015

O Conto do Sol e da Lua

Tudo começou à milhões de anos atrás
Onde não havia som, nem água, nem ar
Tentando decifrar, sem ser capaz
Como é que tudo poderia começar.

Com um grande gesto de amor
A Lua e o Sol se beijaram
E assim, com muita paz e calor
As emoções se propagaram.

A Lua e o Sol continuavam
Naquele suave beijo milenar
E nunca mais pararam
Até a vida se manifestar.

O Sol disse à Lua
Que nunca a ia esquecer
E Ela não era ingénua
Mas acabou por ceder.

A Lua morta de amores
Deixou o Sol brilhar
Por entre rios e rios de cores
A vida começou a desabrochar.

O Sol brilhava incansavelmente
Por todo os espaços refundidos
Criando vida a cada semente
Lembrando-se dos outrora esquecidos.

A Lua assistia a isto
Pensando onde seria o seu lugar
Pois era mais que previsto
Que com o Sol queria brilhar.

E então a Lua foi
Com o coração cheio de esperança
E Perguntou muito devagar ao Sol:
"Posso ser a tua criança?"

O Sol disse que só o faria
Com uma condição
Que a lua poderia brilhar
Mas apenas na escuridão.

A Lua aceitou logo
Sem pensar no que ia acontecer
Mas o Sol brilhava de dia
E a Lua ao anoitecer.

Assim, pólos opostos
Insistiram em continuar
E por milhões de anos essa promessa
Tem-se vindo a realizar.

Pois o sol ilumina o dia
Para depois se ir deitar
Deixando a noite toda
A Lua no céu a brilhar.

Eles nunca mais se viram
Mas mantiveram o pacto
Que enquanto cada um brilhasse
O seu amor permanecia intacto

.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Sente-te à vontade para comentares o que quiseres. Se não tiveres conta do google, basta escolher anónimo ou nome/URL.
Obrigada pela visita (: