domingo, 29 de maio de 2011

é sempre mais do mesmo



Ligo a torneira e deixo a água correr. Volto passado cinco minutos, agarro no gel de banho e começo a espalhar pela banheira para criar espuma. Entro, e sinto a água escaldante a passear pelo corpo. Meto a cabeça debaixo de água, para ver se ela se cala, mas ela grita-me "és mesmo estúpida", "não acredito como não viste mais cedo", "hás-de ser sempre nada". CALA-TE!
Já não suporto a voz da verdade. Sinto a água a entrar-me pelo nariz, e o meu corpo debate-se para vir ao de cima, mas eu não deixo. Sinto a água nos pulmões, fico sem ar e apago-me.
Abro os olhos: "onde estou?". a minha cabeça roda para a direita, roda para a esquerda para descobrir o que era aquele lugar. "Luciana" o nome dele chamava-me, e eu seguia a voz. "por aqui" aquela voz doce que tanto me encantou, e que agora me irritava. Por mais que quisesse evitar seguia-a. De repente fica tudo escuro e o chão desaparece: sinto-me a cair dentro do abismo por ele criado.
"mas ainda nisso?" perguntava a voz na minha cabeça. "sim, esquecer é difícil", dizia eu.
"eu sei" respondia a voz que nunca me ajudava em nada.

"Something's getting in the way
Something's just about to break
I will try to find my place (...)"
Breaking Benjamin - Diary of jane

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7 comentários:

  1. E tens toda a razão (:
    Obrigada :D
    Continua tu tbm *.*

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  2. continua assim luci, tens jeito para isto, you know <3
    andreia

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  3. Quando algo nos marca dificilmente esquecemos.
    E pensa comigo :-)Um momento cria um sentimento e essa voz que não te saia da cabeça fez com que escrevesses esse magnifico texto. Tudo tem uma conexão. :-)

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  4. Olá Luciana!
    Tens desafio no meu blogue.
    Bjs

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