quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Sem título 2

Notas musicais percorrem-me o sangue como um tilintar de uma doce brisa de primavera. A música preenche o espaço que outrora foi deixado ao abandono por outra alma que o poderia ter salvo. A vida são dois dias, diz ele, mas apesar disso continuo a sentir a balada deixada por uma energia superior cuja qual eu não invoco porque não a quero presente, mas mesmo assim ela vem ter comigo. "Preciso de um pouco mais de melodia." choro, mas ninguém me ouve para além dos demónios abandonados na profundidade do meu ser. "Está aí alguém?" grito, mas ninguém responde às preces de uma pequena alma esquecida cujo o interesse e a novidade já se dispersou à muito tempo. "Eu sou só minha" prometo, pois a música não volta e sem ela para quê deixarmo-nos levar por uma dança encantada sem rumo? O mundo é nosso, a música pertencemo-nos e faz parte da triste banda sonora, mas nada desta vida é concreto, nem nada nos pertence sem sermos nós mesmos (in)felizmente.

1 comentário:

  1. também tive e tenho as minhas "bandas sonoras", mas já não me preocupo tanto com partilhá-las. assim é a vida dos que vão morrendo de indiferença.

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